Sydney não é a capital da Austrália como muita gente pensa. O negócio funciona mais ou menos como no Brasil, você tem São Paulo e Rio como as duas principais cidades do país do ponto de vista econômico, mas a capital é Brasília. Aqui você tem Sydney e Melbourne como as maiores cidades do país, mas a capital é Canberra.
Meu vôo saiu de Melbourne às 07h00 e chegou em Sydney às 08h25, rapidinho. Chegando lá liguei pro albergue que tinha reservado pra saber como pegar o transfer do aeroporto pra lá. Se você fizer uma reserva lá de no mínimo três noites eles pagam seu transfer na chegada. Só na chegada. É uma boa, esse tranfer custa AUD 14, já é uma grana que você salva. O transfer da volta eles não pagam, fica por sua conta. O motorista do transfer te oferece o bilhete de volta já dentro do carro no momento que você está chegando na cidade. A boa é comprar de uma vez, pois na mão dele é AUD 10, se você deixar pra comprar no albergue é AUD 14. Mais AUD 4 dólares salvos. :) O albergue se chama Base Sydney, e fica na Kent Street, bem no centro da cidade. Por falar em motorista, o cara era figuraça, foi a viagem toda falando sobre a cidade pra galera no carro, como se fosse um guia. O pessoal de Sydney em geral tem muito orgulho de viver e ser de lá, sempre falam bem da cidade pra todo mundo.
Cheguei no albergue por volta de 09h30. Meu plano era chegar, deixar as coisas e partir pra visitar a parte principal da cidade logo no primeiro dia, Darlin Harbour, Harbour Bridge, Opera House etc. Mas nesse dia estava rolando um BBQ na praia de Bondi por conta do albergue. Era só colocar o nome na lista. Esse evento é promovido por uma empresa parceira do albergue, a OZ Party, os caras fazem várias festas e eventos pro público jovem em Sydney, principalmente pra gente que é gringo e está vivendo ou somente passeando por aqui. O transporte foi por conta deles, eles tem um ônibus só pra levar e trazer a galera toda junta nos eventos. O ônibus é todo preto, alguns detalhes transados, o logotipo da OZ Party, bem manero. Por dentro é um ônibus normal, nada de especial, poltronas normais, um microfone que o motorista utiliza pra ficar agitando o pessoal, e uma bela caixa de som gigante atrás da cadeira do motorista que fica rolando som direto por todo percurso. É engraçado pois esse ônibus é meio conhecido na cidade, por onde ele passa as pessoas podem ouvir a música num volume muito alto e ver a galera toda agitada dentro do ônibus, todo mundo em pé, dançando, bebendo. Por onde ele passava todo mundo ficava olhando e rindo...rs
Bondi é a praia mais badalada de Sydney, imóveis caros, bares e pubs bem frequentados, gente bonita, onde as melhores coisas acontecem. Chegamos lá, paramos num mirante pra tirar umas fotos e depois demos uma caminhadinha pela beira do mar até chegar no BBQ Place. Pro BBQ tinhamos vinho (eles tomam ums vinhos aqui que vem numa caixinha com uma torneirinha embaixo, pra utilizar é só abrir a torneirinha e encher o pote!rs), salsicha e pão com molho BBQ. Carne que é bom não tinha, mas tudo bem, não tinha cerveja também, whatever…rs Ficamos lá um tempinho, conheci alguns ingleses, suecos, e uma menina de Portugal! Portuguesinha perdida em Sydney. Ela está aqui há um ano e trabalha com o pessoal da OZ. Ela é do Porto (saudações aos meus amigos portenses com os quais tive oportunidade de conviver em Angola, só gente fina). A gente trocou uma idéia bacana, ela também se amarra em fotos e tem uma super máquina com lentes adicionais etc.
Cheguei no albergue por volta de 16h30, tomei um banho e fui na Darlin Harbour visitar o Sydney Aquarium. Achei o aquário normal, razoável, o que tinha de mais interessante era o crocodilo que fica numa parte onde tem um túnel passando por baixo do aquário, então você pode andar por esse túnel e ver os peixes e os outros seres por um outro ângulo. Mas tranquilo, deu pra tirar alguma fotos legais. O Oceanário de Lisboa, em Portugal, ainda é o melhor de todos os aquários que já visitei. Outra coisa boa foi que na hora de comprar a entrada descobri que eu poderia pagar apenas AUD 38 por três tickets: Sydney Aquarium, Sydney Tower e Sydney Wildlife Tour. Isso sairia bem mais barato do que se eu comprasse os três separadamente. Então já garanti os tickets pra duas outras importantes atrações da cidade. Nesse dia eu estava cansadaço, tinha dormido mal na noite anterior e acordado muito cedo pra pegar o avião pra Sydney. Cheguei no albergue e capotei.
Sábado acordei e parti pra fazer Opera House, Harbour Bridge e todos os outros lugares que eu conseguisse fazer. Peguei o mapinha da cidade e fui caminhando até o bairro The Rock´s, um bairro mais antigo, em arquitetura clássica, charmoso, onde você pode encontrar lojinhas, feiras e outros eventos diversos. Fica bem perto das atrações principais. De lá dei a volta por cima do finalzinho da Harbour Bridge e fui caminhando pelo Circular Quay até o Opera House. Quando cheguei lá tive uma sensação muito boa. Pensei que já tinha visto aquela imagem várias vezes em propagandas em agências de intercâmbio e em outros lugares, e agora eu estava ali, de frente pro Opera House, tirando fotos de vários ângulos diferentes. A Australia é muito distante, quando vi o Opera House pela primeira vez numa foto eu não imaginava que visitaria ele um dia. Essa sensação é realmente boa. Sempre é bom ver os lugares ao vivo e vivenciar as situações. Mesmo quando a gente não gosta é bom, pois vamos entendendo o que nos pertence de fato, do que gostamos e do que não gostamos, o que nos faz sentir bem e tal.
Estava tendo um grande evento no Opera House nesse dia, milhares de pessoas estavam por ali assistindo a shows, policiais organizando o movimento da multidão etc. Depois descobri que era uma homenagem e recepção pra uma tal de Jessica. Uma garota australiana de 16 anos que deu a volta ao mundo num barco e acabara de chegar de volta ao país. Por todos os lugares eu via a mensagem “Welcome back to Australia, Jessica!”. Tirei muitas fotos do bairro Rock´s, Opera House, Harbour Bridge e Circular Quay, de onde partem os ferries e barcos particulares que fazem passeios diversos pela Baía de Sydney e pelas praias da cidade, como Manly, por exemplo, uma das principais praias de Sydney. Aproveitei pra visitar o Museu de Arte Conteporânea de Sydney, que fica por ali também e tem entrada gratuita, mas não pode tirar fotos lá dentro. Também não era assim tão bom. Acho que arte não é o ponto forte aqui na Austrália.
Depois de gastar algumas horas nessas atrações fui até o Jardim Botânico de Sydney, que fica do lado também, pertinho. Achei bacana o lugar, muito grande e agradável, super bem cuidado, dá pra caminhar, relaxar, fazer pic-nic, show de bola. Sem dizer que de lá pode-se ter uma outra vista do Opera House e da Harbour Bridge. Peguei o pôr-do-sol, altas fotos!
Na volta ao albergue tomei um banho, comi alguma coisa e desci pro lounge pra escrever um pouco e ver o movimento. O albergue que fiquei lá tem uma atmosfera diferente desse que moro aqui em Melbourne. Tem uma galera mais nova, é menor e mais direcionado pra curtição, festas etc. Mais garotada e tal. Tem um pub anexo ao albergue, o Scary Canary, onde rola alguma coisa todas as noites, de segunda a segunda. Eu estava sentado digitando meus textos quando ouvi um camarada no sofá da frente falando ao telefone em português. Com certeza era brazuca, o sotaque era de mineiro. Quando ele desligou o telefone perguntei se ele era brazuca e começamos a trocar idéia. Ele se chama Cristiano e é de BH, mora e trabalha em Brisbane há quase um ano, estava voltando pro Brasil no dia seguinte pra passar um mês e depois volta pra Brisbane novamente pra mais seis meses de Austrália. Acho que vai rolar o casamento do irmão dele nesse mês e então ele aproveitou a ocasião e está indo passar um mês inteiro no Brasil. Nessa primeira etapa ele estava com a sua esposa, ela veio junto com ele no começo e ficou até agora. Voltou há alguns dias atrás pro Brasil. Nessa próxima etapa de seis meses o cara vai voltar pra cá sozinho, sua esposa vai ter que ficar em BH dessa vez. A gente ficou conversando um tempão ali no lounge, ele me disse que foi pra Tailândia e alguns outros lugares nesse tempo que esteve morando por aqui, então aproveitei pra pegar dicas de viagem com ele, claro. Terminamos a noite tomando uma cerveja no Scary Canary e dando risada dos australianos bêbados e de uma figura que apareceu por lá vestido como Elvis Presley! Muito engraçado, o cara simplesmente se vestiu de Elvis e foi pra night, parou no balcão e ficou lá tomando cerveja com a fantasia do Elvis...uaua Nesse meio tempo conhecemos um grupo de suecos maneríssimos também, eles se amarram no Brasil e ficaram trocando idéia com a gente um tempinho.
Domingão acordei com a missão de visitar dois lugares, Sydney Tower e Sydney Wildlife. Fui com o Cristiano num mercadão popular que tem na Darling Harbour, o Poppy Market, ele queria comprar algumas lembranças pra levar pros seus familiares no Brasil. De lá fui pro Sydney Wildlife, provavelmente a atração mais bacana que visitei em Sydney. Trata-se de um local onde podemos ver vários animais típicos da Austrália, vários répteis, crocodilos, pássaros, peixes e outros seres marinhos, e claro, koalas e cangurus. São quatro andares onde você tem o ambiente todo preparado pros bichos viverem. É como se fosse um zoológico, mas não é grande como um zoológico, e o ambiente é um pouco “artificial”, nos zoológicos você tem um ambiente mais natural. Além do que o Sydney Wildlife fica bem no centro da cidade, enquanto os zoos geralmente ficam numa área mais isolada, de mais natureza. Mas o mais interessante foi chegar bem do lado dos koalas preguiçosos dormindo na árvore e poder tocar os cangurus por cima da cerca que protege a área preparada pra eles. Fiz um filme excelente, muito engraçado, com dois cangurus brincando (ou brigando, não dá pra saber direito...rs). Tentei baixar no blog mas não consegui, não sei por que. Vou tentar de novo depois. Pra quem tem curiosodade dá pra ver perfeitamente como são esses bichos. De qualquer forma deixo algumas fotinhas abaixo.
Saindo de lá fui no Sydney Tower. Essa atração é igual ao Eureka Tower, em Melbourne. Um prédio bem alto com uma plataforma de visualização de onde você pode ter uma visão 360⁰ de toda a cidade. Pra ser sincero fiquei meio decepcionado, o Eureka é muito mais bacana, o prédio é mais novo e a visão de Melbourne é bem mais irada que a de Sydney. O Opera House, que é o ponto mais manero da cidade não pode ser visto lá de cima. No geral posso dizer que Melbourne é melhor do que Sydney. A cidade é mais limpa, mais organizada, mais bem planejada. Não por acaso foi eleita a segunda melhor cidade do mundo em qualidade de vida, perdendo apenas pra Vancouver, no Canadá. Além disso é frequentemente citada como a melhor cidade da Austrália pra se viver. Com relação às pessoas, na minha opinião, você encontra mais gente interessante em Melbourne do que em Sydney. As pessoas em Melbourne são mais finas, mais educadas, mais fáceis de se relacionar. No quesito transporte sem comentários, Melbourne arrebenta! Talvez por que Sydney seja uma cidade maior também, então fica bem mais complicado de se locomover. Anyway, Sydney é a maior cidade da Austrália e eu tinha que conhecer, missão cumprida.
