Fala pessoal!! Tudo tranquilo por aí? Andei meio sumido nas últimas semanas, muita correria, estudo, planejamento de viagens, além do que deixei meu notebook pra dar uma revisada e instalar uns programas novos numa loja aqui perto e só peguei ele de volta hoje! Demorou um pouquinho pra ficar pronto, mas ficou bom.

Bom, vou escrever um pouco sobre os dias anteriores.

Na quinta-feira dia 06/05 teve a despedida (good bye) da Chisako, a japinha da minha turma que está voltando pro Japão. Foi bem manero, fomos a um pub depois da aula, foi galera toda da nossa turma, até o SA que é meio quietão foi lá e bebeu umas cervejas com a gente. O outro carinha da Mongólia, Bold, faltou à aula nesse dia. E é claro, nosso professor Jason marcou presença e ficou até o final bebendo todas com a galera…rsrs Na prática poderíamos considerar que pra turma estar completa faltava o Hunt, o coreano maluco, que por acaso estaria terminando o curso hoje também. Mas o cara falta tanto às aulas que não foi lá nem no seu último dia, pra pegar o certificado do curso pelo menos!uaua Mas não teve jeito, ele deu o azar de ir no mesmo pub que a gente, e na mesma hora! Logo depois que chegamos demos de cara com ele saindo do bar com alguns amigos coreanos. “Intimamos” ele pra continuar ali conosco e diante dessa situação ele não teve escolha, ficou por lá com a gente até o final. De lá ainda fomos pra outro pub e bebemos mais alguns jugs antes de voltarmos pra casa.

O problema foi acordar na sexta-feira. Eu nem bebi muito, mas como estava meio de barriga vazia deu uma ressaquinha de leve. Acordei com um barulho de mensagem no meu celular, quando fui ver era uma mensagem da Virgin Blue, a companhia aérea pela qual vou fazer o vôo pra Sydney nesse próximo fim de semana. Não entendi muito bem do que se tratava, falava sobre o cancelamento do meu vôo de volta, solicitando que eu ligasse pra um número gratuito de atendimento a clientes pra verificar. Fiquei meio sem saber o que fazer, pois é meio difícil falar ao telefone com esse pessoal de call center aqui na Austrália, o sotaque deles é bem puxado, e muitas pessoas que trabalham nesse serviço falam muito rápido e de forma automática. Resumindo, pedi um help pro meu professor pra ligar pra mim na segunda-feira e verificar o que era (rs). O que ocorreu é que o vôo de volta que eu comprei havia sido cancelado, não sei o por que. Basicamente o que eu precisava era apenas escolher um novo vôo. Eles me deram duas opções quase no mesmo horário que eu havia escolhido anteriormente, tranquilo, em três minutos Mr. Jason resolveu meu problema…eheh

No sábado encontrei com Paulo, um camarada de São Paulo que está ficando aqui no albergue também, ele me convidou pra dividir uma caixa de cerveja com ele e com um escocês parceiro nosso. Resultado: ficamos até 03h00 da manhã bebendo cerveja e trocando idéia aqui no albergue. Esses programas sempre são legais, pois a gente treina bastante o inglês de uma forma mais agradável do que na sala de aula. No fim da noite ainda arrematei um pratão de macarrão à bolognesa que eu tinha feito mais cedo...eheh

Domingo tive uma bela surpresa! Novamente acordei super tarde, por volta de 14h00, tomei um banho e fui pra cozinha preparar algo pra comer. Quando cheguei lá encontrei João, aquele camarada de Floripa, preparando um belo feijão preto, bem à moda Brasil mesmo, com direito a paio, carne seca e tudo mais, show de bola! Desde que cheguei aqui na Austrália que não comia feijão preto. Preparei arroz, ovo, salada e mandei ver no feijão do nosso amigo.

Por falar no João vou contar que o cara está virando ídolo do futsal da Austrália!eheh O fato é que ele largou o emprego anterior. Ele trabalhava num café, servindo, limpando a cozinha e fazendo tudo mais que tivesse pra ser feito no estabelecimento. Ele disse que o chefe havia combinado AUD 12 a hora com ele e na hora de pagar o cara veio com um papo de AUD 8!!uaua Ele não pensou duas vezes, meteu o pé! Na semana seguinte ele foi aos clubes de futebol e futsal que tem aqui em Melbourne tentar alguma coisa. Ele trabalhava com treinamento e preparação física de times de futebol em Chapecó-SC, antes de vir pra cá. Resultado: o cara já está dando apoio ao técnico da escolinha de futsal para crianças e de quebra está jogando com a equipe de futsal da cidade nos torneios que rolam por aqui, irado!

Voltando ao domingo, no fim da tarde fomos pro terraço do albergue (rooftop) eu, Paulo e alguns outros colegas, ingleses, franceses, alemães etc. pra terminar com as cervejas que haviam sobrado de sábado. Tem muitos europeus por aqui, muitos alemães, ingleses, escoceses, alguns belgas, irlandeses tem bastante também, e muitos franceses. Aqui no albergue tem uma galera bem grande da França, deve ter em torno de trinta franceses aqui no momento. Os europeus, como os coreanos, japoneses e alguns outros países têm uma facilidade em termos de visto, é o Working Holiday Visa. Com esse visto eles podem ficar aqui na Austrália sem estudar , só trabalhando. Ou seja, eles podem vir pra cá e somente trabalhar e ganhar dinheiro, sem ter que gastar com curso de inglês. A facilidade pra conseguir emprego só depende do nível de inglês que cada um tem. Como os europeus de uma forma geral já falam inglês, além das suas línguas pátrias, a maioria deles já chega aqui preparado pra conseguir um emprego rápido, já vem com o inglês “afinado”. Os ingleses levam vantagem nesse sentido, claro, pois a língua pátria deles já é o próprio inglês. Na hora de descolar um trabalho eles saem na frente na concorrência com outras nacionalidades.

Eu estava conversando com um francês sobre essa questão e ele estava me explicando o processo. A obtenção do Working Holiday Visa por eles é facílima, eles mandam o passaporte ao consulado australiano nos seus países e no dia seguinte o recebem de volta com o visto carimbado, sem burocracia! Super fácil e rápido. A validade inicial é de um ano, podendo ser renovado por igual período, desde que o solicitante tenha trabalhado numa fazenda ou numa fábrica (muitas vezes no interior da Austrália) por no mínimo três meses durante esse primeiro ano. Ah! Tem mais um ponto, eles podem ficar no máximo seis meses em cada emprego, ou seja, tem que trocar de emprego a cada seis meses se quiserem se manter aqui trabalhando legamente.

Existe ainda a opção, que na minha opinião é a melhor, de ficar aqui sem trabalhar, só viajando...eheh Nesse caso seria no máximo por um ano, pois eles não conseguiriam renovar o visto sem atender ao requisito exigido. Nessa eu conheci um francês figuraça, o cara morou alguns meses na Nova Zelândia e agora está vivendo aqui em Melbourne. Querem saber o que ele faz? Joga pôker. Isso mesmo, o cara não quer saber de trabalhar. Ele participa de uns jogos de pôker que tem pela internet ou então vai aos diversos cassinos que tem por aqui e ganha dinheiro jogando pôker. Obviamente ele joga bem, e há muito tempo, então sempre planeja seus ganhos e principalmente suas perdas…rs No dia anterior ele havia perdido AUD 500 no cassino de Melbourne. Eu obviamente fiquei assustado quando ele me falou, mas ele disse que esse valor estava dentro das suas “perdas planejadas”, tranquilo. No dia seguinte ele ganhou AUD 200 pela internet. Enquanto seus amigos procuram emprego, ele joga pôker…eheh

Nessa história tem muitos europeus que terminam a faculdade, não conseguem emprego nas suas áreas de especialização na Europa e então vem pra cá pra trabalhar e ganhar dinheiro por um tempo, aperfeiçoar o inglês (mesmo pra quem já fala bem, viver num país de língua inglesa é diferente, sempre aperfeiçôa mais um pouco) , e a maioria deles pra viajar pela Ásia e Oceania também.

Conheci um português. Engenheiro Mecânico. Esse conseguiu um emprego mais direcionado pra sua área de especialização. Tem viajado pelas cidades da Austrália trabalhando em projetos diferentes. Vai ficar um mês aqui em Melbourne, pelo menos.
Mas voltando à questão dos vistos, nós brasileiros não temos essa opção do Working Holiday, temos que tirar o visto de estudante (Student Visa) e permanecermos estudando durante todo período. Com relação a trabalho temos que estar matriculados num curso de no mínimo quatorze semanas para termos permissão pra trabalhar legalmente apenas vinte horas por semana. Ou seja, temos menos possibilidade de ganhar dinheiro, devido à restrição de horas de trabalho, e ainda temos que gastar grana nos matriculando em cursos de inglês pra podermos manter nosso visto de estudante. Você encontra diversos brasileiros que já estão aqui há mais de um ano, falam inglês fluente, mas tem que continuar matriculados num curso de inglês pra poderem manter seus vistos válidos e permanecerem no país legalmente. E não tem essa de ficar faltando aula não, pois o consulado acompanha a freqüência dos alunos estrangeiros nos cursos. Na minha escola, por exemplo, se o aluno não atingir um mínimo de 80% de freqüência ele pode até mesmo perder o visto. Vocês podem imaginar como deve ser chato ficar assistindo aula depois de estar aqui já há um ano ou mais e já ter o inglês fluente. Fora a grana que você tem que desembolsar pra pagar as renovações do seu curso, que deve ser de no mínimo quatorze semanas, e você nem precisa mais.

Outro dia eu estava comendo e sentou na minha mesa um alemão que estava ficando no meu quarto. Ficamos conversando durante mais de uma hora. O cara está por aqui correndo atrás de trampo também. Perguntei pra ele se essa “invasão” de europeus aqui na Austrália se deu após a crise econômica mundial que ocorreu entre 2008 e 2009, e que gerou um grande aumento nos níveis de desemprego pelo mundo e principalmente na Europa. Ele disse que tem um pouco a ver sim, mas que obviamente a facilidade do Working Holiday faz com que muitos europeus venham pra cá, seja pra aperfeiçoar o inglês ou somente pra viajar pelas redondezas.

Estive conversando com um italiano que também está no meu quarto. O cara é muito louco, ele trabalha aqui na construção civil (aquilo que chamamos de “peão” no Brasil…rs), todo dia acorda antes das 06h00 da manhã pra pegar no batente. Ele estava me contando que foi expulso do albergue anterior por que tentou agarrar uma menina no elevador!uaua Ele me disse que ela estava toda doce com ele, toda educada conversando no elevador, super gentil, e ele já tinha bebido uma cervejas e estava meio alto...rs Daí pra ele confundir as coisas e assediar a moça foi um pulo…uaua Espero que ele não tente agarrar as meninas que chegam no nosso quarto.

No último fim de semana fui pra Sydney! Yeah! Minha primeira viagem pelo continente. Fui pra lá dia 14/05, de manhã bem cedo, e voltei dia 17/05. Três dias pra curtir a cidade. Os detalhes dessa trip estão na postagem que vem na sequencia...

Na semana que passou chegou uma aluna nova na nossa classe, uma moça de Taiwan, Ana. Engraçada. Gente boa mas tem o inglês meio enrolado, sotaque bem puxado. O mexicano trocou pra turma da manhã (08h30 às 13h45) pra ter o horário da tarde livre e poder trabalhar. Ele está tentando trabalhar por aqui pois está achando que não terá emprego quando voltar pro México. Agora tem eu e a Fernanda de brazucas, os dois camaradas da Mongólia, o italiano e a moça de Taiwan.