domingo, 28 de março de 2010

O vôo e a chegada

Acabei de chegar na minha homestay (casa de família). Agora são 23h30 aqui em Melbourne. Desembarquei no aeroporto Tullamarine em Melbourne às 22h00 mais ou menos. Vou falar um pouquinho sobre o vôo. Bom, primeiro fiz o trecho Buenos Aires x Sydnei, dezesseis horas de vôo, cansativo. Vim sentado no assento 69C do boeing 747 da Qantas, fica no lado do corredor. Tem gente que prefere voar na janela pra ficar olhando quando o avião decola e aterrisa. Eu acho até legal ver também mas prefiro sempre viajar no corredor pois é mais fácil sair, se você precisar ir ao banheiro não precisa ficar pedindo licença e incomodando a pessoa ao lado, num vôo de dezesseis horas isso pode fazer muita diferença. Por isso quando fui fazer o check in em Buenos Aires pedi à moça pra me colocar num assento do lado do corredor.
Sempre que vou voar fico torcendo pra sentar ao lado de pessoas agradáveis, tem gente que ronca, é muito espaçosa, mal humorada...rs Quando cheguei ao meu assento havia um casal de australianos (era um assento de 3 lugares), David e Aleischa, pareciam ter mais ou menos ums 60 anos. Eles foram muito gentis, olharam pra mim, deram um sorriso super simpático, apertaram minha mão, se apresentaram, perguntaram meu nome, de onde eu era, o que eu ia fazer na Austrália, enfim, foram muito gentis! Quando eu disse que era brasileiro eles abriram um mega sorriso (mais um) e acharam o máximo. Perguntaram pra qual cidade eu estava indo e a partir daí ficamos horas conversando. Eles vivem em Canberra, capital da Austrália, de Sydnei pegariam um vôo pra lá. David é médico e sua esposa Aleischa é sua secretária. Eles tem uma filha que estuda numa universidade aqui em Melbourne também. Estavam retornando de uma viagem que fizeram pela América do Sul, incluindo Buenos Aires, Ushuaia e, acreditem, Pólo Sul! Passaram 13 dias num barco viajando pela Antártida! Me mostraram as fotos fantásticas dos icebergs e tal. Comentei com eles sobre a aventura que fez o navegador Amir Klink, que ficou meses viajando sozinho num barco pela Antártida. Conversamos bastante, foi excelente pra mim pois pude exercitar meu inglês já antes da chegada. Além deste casal conheci outras pessoas durante o vôo, entre elas um camarada de São Paulo, Carlos Henrique, que por "coincidência" estava vindo pra Melbourne também, tinha largado o emprego no Brasil pra passar ums meses aqui estudando inglês. Trocamos email pra poder manter contato por aqui. Além dele tinha vários outros brasileiros no vôo que estavam vindo pra Austrália estudar inglês também.
No geral o vôo foi tranquilo, houve apenas um problema com um passageiro que se sentiu mal e precisou ser ajudado. Era um coroa argentino, o cara ficou muito mal, a tripulação não sabia o que fazer então o colocou deitado na parte de trás do avião, perto banheiro. Nessa hora a refeição já havia sido servida e as luzes do avião já estavam baixas pra facilitar o sono dos passageiros, quase todo mundo estava dormindo nessa hora. Levantei pra ir ao banheiro e quando vi a tripulação estava bem aflita pois não sabiam o que fazer. Então num momento de iluminação eu disse pra uma das aero-moças que havia um senhor no assento ao meu lado que era médico e talvez pudesse ajudar. Voltei ao meu lugar e disse à Aleischa o que estava ocorrendo e se ela poderia acordar seu marido David (ele estava dormindo) para que ele pudesse dar um apoio à tripulação. Ela se prontificou na hora a fazê-lo, David acordou e imediatamente foi lá ajudar. O pessoal ficou meio tenso mas no final ficou tudo bem. Foi muito bacana a atitude do David, ele ficou o restante do vôo junto ao pessoal dando o apoio necessário e possível naquela circunstância. O argentino ficou mal até chegar em Sydnei. Quando aterrisamos, antes de desembarcarmos a equipe médica do aeroporto de Sydnei entrou no avião e levou o "hermano" de ambulância imediatamente pra um hospital, excelente o trabalho deles! Depois disso passei pela alfândega em Sydnei, tranquilaço, os caras não me perguntaram nada, carimbaram meu passaporte e não me pediram nenhum documento nem fizeram nenhuma pergunta, show! Peguei um ônibus interno que circula dentro do aeroporto pra ir até o terminal de vôos domésticos e embarcar pra Melbourne. Durante todo este período David e Aleischa ficaram do meu lado me ajudando, inclusive pagaram a taxa do ônibus pra mim, que custa 5,50 dólares australianos (AUD) e eu só tinha notas de AUD 100, o motorista não tinha troco. A partir dali nos separamos pois eles iam pra Canberra e eu pra Melbourne. Foi maneríssimo conhecê-los, me passaram todos os seus contatos e disseram pra eu ligar e mandar email caso fosse visitar Canberra durante meu período na Austrália.


Depois disso voei de Sydnei pra Melbourne, uma horinha de vôo. A chegada foi tranquila, o aeroporto é bem organizado, peguei um taxi até chegar aqui na homestay, isso me custou AUD 63. Muito bom pois deixei de fazer uma reserva de transfer do aeroporto pra homestay por orientação do pessoal da agência Austrália Brasil, que me disseram na ocasião que era muito fácil pegar um táxi e sairia mais em conta. Estavam corretíssimos pois o transfer teria me custado AUD 125! Paguei a metade do preço pela corrida do táxi e foi tranquilaço! Nada mal para o primeiro dia..rs Ponto pra galera da agência também, em especial pra Fabiana, que me deu a dica, e que por acaso é de Volta Redonda também, minha cidade natal.
Cheguei à homestay em 30 minutos, fica no subúrbio de Malvern. Aqui em Melbourne quase ninguém vive no centro da cidade, as pessoas vivem nos subúrbios. Diferente do Brasil, aqui subúrbios não são locais pobres, mas sim bairros um pouco afastados do centro onde as famílias em geral tem suas casas. O subúrbio de Malvern é excelente, casas lindas, carrões nas garagens, parece que por aqui vivem pessoas bem abastadas.
Quem veio atender a porta foi um outro estudante que também está vivendo aqui, é um asiático, acho que é chinês (e eu pensei que quando saísse de Angola me livraria dos chineses...rs). Ele foi super gentil, foi até o táxi pra me ajudar a pegar as malas e foi chamar a dona da casa (host) pra me receber. Essa parte é meio bizarra, a mulher é uma coroa de 62 anos de idade, uma irlanedesa que vive na Austrália há 40 anos. Quando ela sorriu eu tomei um susto, seus dentes são quase todos podres, muito podres...rs Parecia um filme de terror, luzes baixas, vento frio, aquelas árvores soltando folhas na frente da casa, e aquela figura bizarra me recebendo na porta...rs Nem nos falamos direito, só o básico mesmo pois já é meio tarde e eu estou muito cansado do vôo. Amanhã quando acordar converso com ela melhor. Aliás vou dormir que estou pregado...

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